segunda-feira, 13 de setembro de 2010

pantanal

Pantanal
O Pantanal do Mato Grosso, com uma extensão de 250 mil km2, é a maior área alagável do mundo. O Pantanal é uma imensa bacia intercontinental, delimitada pelo Planalto Brasileiro, ao leste, pelas Chapadas Matogrossenses, ao norte, e também por uma cadeia de morros e terras altas do sopé Andino, a oeste.


Enormes quantidades de água estagnada atrás desta barragem tornam o Pantanal um labirinto imprevisível de águas paradas e correntes, temporárias ou permanentes, designadas através de grande quantidade de termos específicos pelo homem pantaneiro.

Em anos chuvosos, como em 1984 ou em 1995, o rio Paraguai expande-se em uma faixa de até 20 km de largura, invadindo os grandes lagos da fronteira boliviana e a Ilha do Caracará.

Em conseqüência, as enchentes, que são máximas ao norte nos meses de março e abril, chegam ao sul do Pantanal somente em julho e agosto. Enquanto isso, imensas quantidades de água, provavelmente centenas de quilômetros cúbicos por ano, perdem-se por evaporação direta para a atmosfera. O Pantanal pode ser, com justiça, considerado a maior "janela" de evaporação de água doce do mundo.

Toda a vida e a economia do Pantanal estão ligadas a este sistema de inundações. A região é um interessante paradoxo aquático em uma área de clima continental semi-árido ou mesmo árido. Sem o abundante e raso lençol freático e os aluviões deixados pelas enchentes, a vegetação terrestre seria parecida com a do cerrado ou com a do Chaco boliviano. Igualmente, a rica fauna de aves e mamíferos depende, na sua grande maioria, da alimentação aquática. O Pantanal pode ser visto, então, como uma grande e dinâmica interface entre o mundo aquático e o terrestre.

As plantas flutuantes são os principais produtores primários nas águas do Pantanal. Imensas áreas são cobertas por "batume", que são plantas flutuantes, tais como o aguapé (Eichhornia) e aSalvinia, entre outras.

A palmeira carandá (Copernicia australis) ocorre em extensas formações nas áreas em que as inundações dominam, mas que ficam secas durante o inverno, permeando com os cupinzeiros, onde se inicia o paratudal. Os paratudais, formados pelos ipês roxos (Tabebuia, localmente chamado piúva), são típicos. Numa região um pouco mais elevada, já com áreas não inundáveis, há uma vegetação característica de cerrado. Há ainda no Pantanal áreas com mata densa e sombria. Em torno das margens mais elevadas dos rios aparece a palmeira acuri (Attalea principes), formando uma floresta de galerias juntamente com outras árvores, como o pau-de-novato (Triplaris formicosa), a embaúba (Cecropia), o genipapo (Genipa) e as figueiras (Ficus). Em pontos altos dos morros aparece uma vegetação semelhante à da caatinga, com a bromeliáceaDyck ia e os cactos cansanção e mandacaru (Cereus).

O passado geológico permitiu ao Pantanal constituir-se no maior entroncamento dos intercâmbios da flora e da fauna aquática da América do Sul. Atualmente é povoado por uma variedade de organismos amazônicos e sulistas. Sendo principalmente um corredor de intercâmbios, não abriga fauna endêmica rica, como a Amazônia, e são as quantidades e não as raridades que o caracterizam.

O Pantanal oferece ao visitante uma variedade de paisagens abertas povoadas por grandes populações de animais, cuja alimentação depende da fase aquática. Entre os peixes abundantes, há o corumbatá, o pacú, o cascudo, o pintado, o dourado, o jaú e as piranhas. Entre os comedores da vegetação aquática destacam-se as grandes populações de capivaras (Hydrochaeris,hydr o chaer is) e de búfalos.

As aves do Pantanal são um de seus maiores atrativos. Reunidas em enormes concentrações, exploram os recursos alimentares aquáticos. Um espetáculo admirável é acompanhar as aves, ao anoitecer ou ao amanhecer, aos dormitórios à beira dos rios, onde passam as noites.

As paisagens abertas do Pantanal facilitam o recenseamento aéreo das populações de grandes vertebrados. Estima-se, por exemplo, que existam hoje 10 milhões de jacarés, 600 mil capivaras, mas somente 35 mil cervos-do-pantanal.